Abertura das pálpebras, intenta e relembra-te
Dos passos deste outro que residia em mesma carne,
Pois quem, de verdade, consegue lembrar-se do que já ajuizou?
Mas este é meu desafio, lanço-te, presta atenção a palavra dita
Pois quem, de verdade, consegue lembrar-se do que já ajuizou?
Mas este é meu desafio, lanço-te, presta atenção a palavra dita
Qual momento foi este que recordas, martelo talhador,
Consegues memoriar, trazer o fio como um novelo
E apontar, este pensamento-ato, foi orquestrado
Por este mesmo que presente, atua como desafiado?
Rufem os tambores do palco-vida, o comando
Assuma o seu papel, vista-se! Não vês, estás nu!?
Assuma o seu papel, vista-se! Não vês, estás nu!?
Ou imaginas que esta pele que carregas és tudo?
Tsc, tolo...Fez-te realmente imaginar que és lábio, ou corpo?
Tsc, tolo...Fez-te realmente imaginar que és lábio, ou corpo?
Pois bem, este é seu julgo! Rolo extenso papiro,
Cá estão seus atos, proclamo, voz forte retumba no recinto,
Sou'olhos que enxergas no espelho,
So'língua atrás d'língua, à pergunta "q'sou eu?"
Imaginação altiva, não olvides,
És real enquanto realizas, não olvides pois,
Cristo, Nosso Rei Eterno, proclamou:
És já pago quando ages para palco-vida doutros!
Por isso atraca pergunta, o que resta acá?
Mercenário de bruto coração,
Tomaste tua paga do mês?
Ou realmente vivera brava luta?
Usa, me escuta! Do silêncio, recurso divino,
E intenta queimar, navegar por dor,
Ao mesmo tempo servir sonho,
Q'há de errado em galgar vitória nesta guerra consigo?
Compreendes? Tu que sabes as armas, amas o ferro,
Encantado pela ponta do aço, brilho suado,
Refugia-se às sombras para não cumprir destino,
E és isto que te faz fraco,
Toma o pano que quiser, veste-o!
Vire a máscara, triste ou alegre, te interessa tal teatro?
A paga da honra é a glória,
E esta deita-se por abaixo dos pés, em túmulo distinto,
Tens medo de fantasiar? HA! Explica-me os grilhões
Tapa-bocas de infâmia e desordem, prestam aos bilhões?
Não vês, que estas mesmas músicas, residem em cabeça humana
Inda pior na que acha não aceitar nada?
OUVE! Estamos em guerra homérica,
Glória é ser devorado, cair por terra desterrado!
Não há mais espaço para o fingir peito,
Toma portanto este símbolo, e torna-te sede, cumpra destino
Marcha, mesmo e enquanto amedrontado,
Carrega o pesado bronze, de tez queimada,
Carrega o pesado bronze, de tez queimada,
Desnude o sol, torne-se a besta,
Aquela cujo rugir ergue fervorosa muralha,
Até que outros venham e recolham o triunfo,
Fascínio, lhes venha dúvida,
"Foi este mais um anônimo?"
"Foi este um entre os outros pequenos joios que sonharam:
Aqui prostrado de lança e hoplon-cruz, tornar-nos-emos trigo?"
"Foi este um entre os outros pequenos joios que sonharam:
Aqui prostrado de lança e hoplon-cruz, tornar-nos-emos trigo?"
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