Energia

Ao levantar a cabeça, a dor na nuca
Febre... As costas estão pingando de tanto suor
Quanto tempo usou para murchar, não lembrará
Quanto tempo, um tic- tac de uniforme bate sem pudor

Devagar estica as juntas adormecidas,
Um flash rasga a coluna... Seus nervos
Avançam e gritam ao corpo longos vivas!
Pálpebras acostumadas com o escuro, abrem- se aos raios

Da luz que orienta para o final de longo circuito,
O passo lento é carregado,
Ouve-se de longe o cheiro de pólvora sendo estremecida
A nitroglicerina fantasiada

Explode quando a chama atinge o bico,
E assim a bala é disparada
Levando ao longe o corpo, rápido, muito rápido
Atingirá o rumo visado?

O que importa é que as asas voltaram a águia,
O estandarte é erguido,
Semblante em ouro puro, brindando o sacrifício
Que a mão dos imortais, em fúria, fizeram guia

Fúria... Incendeia a alma,
Daqueles que dormitam nas catacumbas do desespero,
A espera, em pleno anseio,
Da fina lâmina que os libertara da própria sina

Abra os olhos destes tolos com sua beleza,
Faça a vontade ser império
Da fibra enfraquecida,
E vede as asas que nascem

Destes anjos caídos... Cujas lágrimas
Em pérolas cor de sangue, curam
As próprias cicatrizes e guardam o segredo
Da beira do abismo...

Que as correias nos prendam e puxem
Mas tal como a munição usada sobre nós,
De corpo nu, doamos nossas vísceras
E o mundo se dobra conforme nos erguemos...

Essa é a graça.

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